JEEP® - DE MOSQUITO A MITO
Um veículo que revolucionou o mercado e tornou-se sinônimo de um estilo de vida original. Assim poderia ser resumida, brevemente, a história da Jeep®. Mas, de fato, a aventura Jeep® tem muito mais nuances do que se imagina. Conheça aqui um pouco desta magnífica história.
1. O INÍCIO
Com as tensões mundiais no começo do Século 20, o Exército dos Estados Unidos estava numa busca incansável por um veículo de reconhecimento rápido e leve, para todos os tipos de terrenos. Com a eclosão da Segunda Grande Guerra e o avanço do Eixo no Oeste Europeu e Norte da África, a situação tornou-se urgente. O governo norte-americano convocou, então, 135 empresas para criarem um modelo especial de veículo com as seguintes especificações:
- Prazo de entrega: 49 dias
- 75 dias para entrega de 70 veículos
- Veículo com tração 4x4 em aço estampado de fácil fabricação
- Para 3 passageiros e metralhadora .30
- Peso Máximo: 600 quilos
- Carga Útil, de no mínimo: 300 quilos
- Potência do Motor, de no mínimo: 40 hp
- Velocidade máxima, de no mínimo: 80 km/h
2. A CORRIDA
A Bantam Car Company e a Willys foram as duas únicas companhias que responderam ao pedido do Exército. Porém, o prazo final de 49 dias era problemático para a Willys que pediu 75 para o protótipo e 120 para a entrega total. A Bantam só esperava a definição do prazo final para trazer ajuda externa. Com os prazos mantidos, a Bantam ganha o pedido. Mesmo com a derrota na concorrência, a Willys não se entregou.
Uma nova oportunidade foi dada. A Bantam convocou Karl Probst, engenheiro experiente em automóveis, que, patrioticamente, trabalhou sem salário e, em dois dias, criou o protótipo do Bliz Buggy, o “mosquito”, precursor do Jeep®. O Exército colocou este protótipo num teste pesado, levando o veículo por mais de 5.500 km - 5.000 km em estradas não pavimentadas. O resultado foi aprovado. Novamente, a Willys buscou responder à Batam com dois protótipos Quad, que tinham tração nas 2 ou 4 rodas e um deles possuía direção nas quatro rodas. O Quad ativou o interesse do Exército e a cólera da Bantam, que acusou a Willys de plágio. Na briga, a Ford apresentou o Pygmy, que também era muito similar ao Bliz Buggy, fato mais tarde contornado pela admissão do Exército de ter passado o projeto da Batam às rivais.
3. A VANTAGEM
Cada um dos protótipos tinha suas particularidades. O veículo da Bantam pesava 920 kg, não respeitando a exigência de peso, mas era mais leve que o modelo da Willys, com 1.090 kg. O ponto forte da Willys, entretanto, era o motor Go Devil, de cilindrada maior, que, de longe, superava a especificação do Exército. Foi a vantagem decisiva da Willys - era a única que satisfazia as especificações de potência do Exército.
Com os três protótipos à disposição, o Exército encomendou 4500 veículos - 1500 para cada empresa -, com o objetivo de testar os três em condições reais. A entrega dos 4500 veículos começou em julho de 1941. Depois de ter estudado os modelos de pré-produção, o Exército resolveu padronizar seus veículo, escolhendo apenas um. O escolhido foi o modelo da Willys, incorporando algumas das características dos modelos da Bantam e da Ford, julgadas superiores.
Logo, o Jeep® seria visto em todas as frentes da Segunda Guerra Mundial e tornou-se parte vital de toda a ação em terra. Eles foram usados como veículos de reconhecimento, picape para comunicações telefônicas, transporte de feridos, avanço de tropas, operações táticas rápidas, entre outras.
4. O NOME JEEP®
A origem do nome Jeep® possui um certo aspecto lendário. Devido ao protótipo da Ford, o Exército norte-americano começou a se referir ao projeto do veículo como GP (General Purpose, em inglês, Uso Geral, em livre tradução), e Jeep seria um anacronismo da pronúncia inglesa "geepee". Mais tarde, a comparação com o personagem Eugene Jeep, dos quadrinhos do Popeye - que era capaz de se transportar para qualquer lugar e resolver diversos problemas - tornou-se referência para o veículo, que foi citado com a atual grafia, Jeep®, num artigo do Washington Daily News, em fevereiro de 1941.
5. A EVOLUÇÃO
Sucesso na guerra, o Jeep® logo ganhou os corações e as mentes dos norte-americanos. A partir daí, a marca evoluiu, ganhou novos modelos e ficou cada vez mais atuante no mercado – e copiado também. Surgiram as picapes, as Station Wagons, os CJ, que estiveram sempre em constante evolução até os modelos atuais como Grand Cherokee, Wrangler e Liberty, por exemplo.
Confira em nossa Linha do Tempo como foi a evolução dos modelos Jeep® e um pouco dos detalhes de cada um deles.